Racismo na Infância - artigos


Fonte: http://blogs.indiewire.com/shadowandact/black-kids-from-ferguson-speak-out-in-hey-white-people-comedic-video-educating-whites-on-racism-20140909
É muito importante considerar a especificidade do racismo. Vale a pena examinar casos concretos. A dominação não é nunca um fenômeno abstrato, um fenômeno geral que se apresentaria igual em toda a parte. A dominação é como o diabo nos evangelhos; quando consultado sobre quem é, ele responde: “Sou legião”. A dominação é legião de dominações. Existe sob formas concretas, muito particulares, antes de assumir aspecto comum. Existe sempre concretamente, sempre de maneira especial e muito determinada. Não deveríamos falar em dominação, pretender uma posição universal sobre o problema, sem antes termos sofrido o detalhe de uma das suas manifestações. Existe a dominação dos negros, das mulheres, dos índios, dos gays, dos velhos, dos loucos, dos pobres. A dominação se faz de um modo concreto e precisa ser concretamente enfrentada. Feita essa ressalva, vou ousar afirmações muito abrangentes, apenas justificado pelo fato de há muitos anos seguir cidadãos pobres e cidadãos negros. São afirmações abertas à prova, mas retiradas desse contato e do diálogo. Enfrentar as formas concretas da dominação exige renunciar à soberba. Enfrentar a dominação requer desejar a igualdade, o que é mais do que renunciar à soberba. O desejo abraça e excede a renúncia. Renunciar é sempre ação negativa: uma inibição de ação. A face positiva da renúncia à soberba é a alegria da igualdade, uma liberação da ação. Num caso concreto de dominação, quando a gente cai no desejo da igualdade, quando cai na alegria disso, a gente então se prepara para reviver isso noutros casos: quem sai de uma experiência de igualdade não aparece automaticamente capaz de todas as outras, mas está inclinado e se prepara para elas."

José Moura Gonçalves Filho


O impacto do racismo na infância - UNICEF

Racismo na infância: as marcas da exclusão 





Comentários