No dia 18 de julho deste ano, o escritor Antônio Souza Capurnan (Toninho) lançou seu mais novo livro, intitulado “Valsa Mínima”. A obra é uma espécie de metáfora sobre a existência humana.
Antônio define seu livro como “poesia trabalhada à brasa e a brisa, onde o místico, o lírico, o político e o profético se entrecruzam. De igual modo, o sujeito, a memória e a nação, numa tentativa de abarcar o mundo contemporâneo com suas indagações, demandas e sugestões”.
A obra é o quarto livro do escritor, poeta e cantador Antônio Souza Capurnan, que é natural da cidade de Machacalis, interior de Minas Gerais. O poeta é também professor de Língua Portuguesa e Literatura na Rede Municipal de Educação de Belo Horizonte.
Abaixo um dos poemas do autor em homenagem a Nelson Mandela e os registros do Sarau da lançamento.
MEU HOMEM
Antônio Souza Capurnan
Eu quis escrever um poema
Em melodia e oração
Para saudar este homem bonito
A quem devo a palavra irmão
Eu quis escrever em canção
Um grito flor de poema
Qual flama que livra o mundo
Da solidão e da algema
Como prece ou caudaloso rio
Flor na estação mais singela
E de súbito me deparei
Com o pão da palavra Mandela
E nela num tempo ruidoso
Nos campos e nas cidades
Estava escrito bem grande
Os fonemas da liberdade
Dorme pois meu negro sagrado
Dorme fundo meu homem bonito
Dorme sereno meu negro malungo
Dorme com Deus meu homem bendito
Dorme em bonita canção
Dorme este sono sagrado
Que não dormirão nunca mais
Os fonemas da liberdade
Dorme que o tempo proclama
Um mundo novo onde a chama
Arde de amor e alforria
E os negros dançam kizomba
Até o raiar do dia
Declamo meu homem bonito
Declamo em flor de poema
Um mundo onde proscritas
A solidão e a algema
Cósmico homem da vida: Mandela
Meu poeta artesão demiurgo: Mandela
Reza o povo teu nome: Mandela
Nos quilombos de Joanesburgo
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