Festivais Regionalizados - Educação Integral/2016 - "Africanidades Brasileiras"

Fórum de Educação Integral 
Tema - Africanidades Brasileiras

... Estudar Africanidades Brasileiras significa estudar um jeito de ver a vida, o mundo, o trabalho, de conviver e lutar por sua dignidade, próprio dos descendentes de africanos que, ao participar da construção da nação brasileira, vão deixando nos outros grupos étnicos com quem convivem suas influências, e, ao mesmo tempo, recebem e incorporam as daqueles.

Gonçalves e Silva, 2003, pág. 26)

Proclamada pela Assembleia Geral da ONU, por meio de sua Resolução nº 68/237, de 23 de dezembro de 2013, a Década Internacional dos Afrodescendentes, com início em 1º de Janeiro de 2015 e término em 31 de Dezembro de 2024 e com o tema: “Afrodescendentes: reconhecimento, justiça e desenvolvimento”, tem como principal objetivo promover o respeito, a proteção e a realização de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais de afrodescendentes, como reconhecidos na Declaração Universal dos Direitos Humanos. 

Nesse contexto, o IX Fórum de Educação Integral Africanidades Afro-brasileira tem como objetivos: 

- a quebra de silenciamentos historicamente impostos, estimulando os estudos e as reflexões sobre negras e negros;
- a reflexão acerca das relações étnico-raciais da sociedade brasileira, no ambiente educativo, na gestão e no acompanhamento dos programas educacionais;
- a valorização de imagens e narrativas afirmativas protagonizadas por afro-brasileiros;
- a construção de conhecimento de forma a possibilitar a elevação da autoestima de estudantes, comunidade e de educadores;
- o acesso à história e cultura afro-brasileira;
- a desconstrução de estereótipos acerca dos afrodescendentes e de sua história;
- o acesso à informações a respeito da história dos negros brasileiros.
- dar visibilidade e fortalecer a agenda política da Década Internacional dos Afrodescendentes no Brasil;
- Dar visibilidade aos valores civilizatórios afro-brasileiros/cosmovisão africana. 


O IX Fórum promoverá espaços de vivência, experimentação, observação, apreciação, entrevistas, colóquios, conversas, reflexões e produção que favorecerão os processos individuais e coletivos na construção: 

De uma autonomia solidária, que é a capacidade de cada um ou do grupo tomar suas próprias decisões, produzir criativamente a partir da interação com situações e pessoas com pontos de vistas diferentes. 

De diálogos onde o ato de ouvir seja reconhecido como um processo de aprendizagem. Ouvir, escutar e se deixar preencher com a palavra, com a ideia, com a perspectiva, com a história do outro. 

De memórias, pois o corpo é um grande portador de histórias. Ele carrega memórias que são criadas, recriadas e reveladas por meio de olhares, penteados, gestos, movimentos, comportamentos, falas, escutas, aromas, sabores, texturas, percepçoes, danças, andanças, partilhas e silêncios. 

Encontros - Todos têm um corpo (cérebro, mente, corpo, voz, história) que tem cor, texturas e expressões. E essa percepção só se dá realmente quando o encontro acontece. 

E na criação - Criar a ação - movimentar, realizar, interagir, interferir, gerar, originar, parir, produzir, fazer, fabricar, elaborar, inventar, formular, compor, estabelecer, fomentar, motivar, provocar, acarretar, desenvolver, tornar-se, conquistar, encher-se, ganhar, granjear, obter, conquistar, tomar, conceber, idear, idealizar, elaborar, tecer, tramar, engendrar, arquitetar, formular, urdir, armar, fundar, instituir, ocasionar, acarretar, cobrar, cultivar, semar, plantar. 

Nesta edição, o Fórum trabalhará com os valores civilizatórios afro-brasileiros. Esses valores são aspectos da cosmovisão africana trazidos ao Brasil pelos africanos e que aqui se reconstituíram, compondo a cultura afro-brasileira. São valores que nos constituem enquanto sujeitos e estão presentes em nosso modo de vida, em nosso modo de de nos relacionar, de conceber o mundo, de agir e interagir com ele ou transformá-lo:

CIRCULARIDADE – “Na Natureza nada se cria, tudo se transforma”, “Tudo muda o tempo todo no mundo”, somo “metamorfose ambulante” na cotidiana costura da vida”, 
A roda tem um significado muito grande É um valor civilizatório afro-brasileiro, pois aponta para o movimento, a circularidade, a renovação, o processo, a coletividade: rodas de samba, de capoeira, de conversa.

Todos nós conhecemos o prazer que advém do ato de sentar em roda com amigos para contar histórias, fazer música, brincar com jogos ou comungar de um momento reflexivo ou religioso. Os próprios valores civilizatórios são bons exemplos de circularidade. A vida é cíclica. Podemos estar muito bem agora e numa posição ruim depois, até que voltemos a um estado satisfatório. A humanidade inteira permanece unida por este sentimento circular.

O terreiro tem o papel importantíssimo de resgatar a Mãe África, mesmo que através de uma nostalgia, de um lamento. E é esse território representado pelo círculo que vai reaparecer em várias atividades, de cunho religioso e também no espaço lúdico. Essa mesma roda está presente na capoeira, no jongo, no tambor de crioula… e no samba”.

RELIGIOSIDADE - Para a nação afrodescendente, religiosidade é mais do que religião: é um exercício permanente de respeito à vida e doação ao próximo. A propósito, em tempos de tanta violência gratuita, vale pontuar que a vida é um dom divino, de caráter transcendental, e deve ser usada para cuidar de si e do outro.

“A cada dia acontece uma lição de vida. Aprende-se de tudo, a comunicação com os mais velhos, com os mais novos, o trabalho em grupo fazendo-se o que gosta ou que não gosta; e, sobretudo, aprende-se o gosto pela vida...”

Mãe Stella

CORPOREIDADE – Esse conceito nos ensina a respeitar cada milímetro do corpo humano, que deve estar presente em cada ação e em diálogo com outros corpos. As demandas corporais devem ser consideradas. Afinal, o corpo atua, registra nele próprio a memória de várias maneiras, seja através da dança, da brincadeira, do desenho, da escrita, da fala. Das músicas às danças, com tudo o que elas anunciam e denunciam. Os corpos dançantes revelam memórias coletivas.

“Aprendemos que as danças circulam e que o corpo informa sobre a vida de cada dançarino” 

Antonio Nóbrega

O corpo é muito importante, na medida em que com ele vivemos, existimos, somos no mundo Um povo que foi arrancado do continente africano e trazido para o Brasil só com seu corpo, aprendeu a valorizá-lo como um patrimônio muito importante. Hoje somos, corpos humanos contraditórios, complexos e constituídos na relação com outros corpos humanos. Corpos de todo tipo de gente, com cor, tamanho, etnia, personalidade, temperamento próprios. 

Todos esses corpos singulares, com sentimentos, preconceitos, visões de mundo, histórias, perspectivas e estilos de vida diferenciados, em movimento no cotidiano escolar.

“O corpo integra-se ao simbolismo coletivo na forma de gestos, posturas, direções do olhar, mas também de signos e inflexões microcorporais, que apontam para outras formas perceptivas.”


(Sodré,1997, pág.31)

“O cabelo crespo na sociedade brasileira é uma linguagem e, enquanto tal, ele comunica e informa sobre as relações raciais. Dessa forma, ele também pode ser pensado como um signo, pois representa algo mais, algo distinto de si mesmo.

Assim como a democracia racial encobre os conflitos raciais, o estilo de cabelo, o tipo de penteado, de manipulação e o sentido a eles atribuídos pelo sujeito que os adota podem ser usados para camuflar o pertencimento étnico/racial, na tentativa de encobrir dilemas referentes ao processo de construção da identidade negra. Mas tal comportamento pode também representar um processo de reconhecimento das raízes africanas assim como de reação, resistência e denúncia contra o racismo. E ainda pode expressar um estilo de vida.”

(Corpo e cabelo como símbolos da identidade negra - Nilma Lino Gomes)


MUSICALIDADE - Famosa no mundo inteiro pela sua qualidade inconteste, a música brasileira tem os dois pés bem fincados no Continente Negro. A musicalidade, a dimensão do corpo que dança e vibra em resposta aos sons só reafirma a consciência de que o corpo humano também é melódico e potencializa a musicalidade como um valor.

“O som é o ponto de partida dos primeiros habitantes do globo terrestre rumo à formação dos primeiros agrupamentos humanos que, no curso da evolução, irão constituir a nossa civilização. A importância da música, da qual o som é a matéria-prima, é superior à descoberta do fogo, ou à invenção da roda ou da imprensa”

Charles Murray.

MEMÓRIA - Para despertar o sentimento de afro-brasilidade e, sobretudo, de orgulho ao exibi-la, é necessário mexer no eixo do racismo e da memória: o racismo como algo a ser enfrentado e a memória para que a presença africana que habita em nós possa emergir livremente.

ANCESTRALIDADE - Quando se pensa em ancestralidade, faz-se uma imediata ponte com a história e a memória. Convém não esquecer o passado. Não há fórmulas complexas para vivenciar o que é, de fato, a ancestralidade. Quer provar? Então saia em busca do relato dos mais velhos, que trazem o rico imaginário afro-brasileiro.

“A memória compõe nossa identidade. É por intermédio da memória que construímos nossa história. Ao construir a memória, construímos lembrança, que para existir precisa do outro e necessita ser compartilhada. Assim também é a obra de arte” 


Franklin Esparth Pedroso

COOPERATIVISMO - Falar sobre cultura negra requer usar a palavra ‘coletivo’. Pensar em africanidades é pensar em comunidade, em diversidade, em grupo. Imaginem o que teria acontecido com a população negra num sistema escravocrata se houvessem desprezado o princípio da parceria, do diálogo, da cooperação?

ORALIDADE – Herança direta da cultura africana, a expressão oral é uma força comunicativa a ser potencializada. Jamais como negação da escrita, mas como afirmação de independência. A oralidade está associada ao corpo porque é através da voz, da memória e da música, por exemplo, que nos comunicamos e nos identificamos com o próximo.

“Griots são contadores de histórias fundamentais para a permanência da humanidade: são como um acervo vivo de um povo. Carregam nos seus corpos lendas, feitos, canções e lições de vida de uma população, envoltos numa magia própria, específica dos que encantam com o corpo e com sua oralidade”


Gregório Filho

“A escrita é uma coisa, e o saber, outra. A escrita é a fotografia do saber, mas não o saber em si. O saber é uma luz que existe no homem. A herança de tudo aquilo que nossos ancestrais vieram a conhecer e que se encontra latente em tudo o que nos transmitiram, assim como o Baobá já existe em potencial em sua semente” 
Hampate Bâ

Nas “sociedades da oralidade”, a fala, além de ser um meio de comunicação cotidiana, também é um meio de preservação da sabedoria e de conhecimento dos antigos e dos ancestrais.

Com a palavra se dá o testemunho, nomina-se e cria-se coisas; pelo seu intermédio manifesta-se o poder simbólico e afirma-se a realidade concreta da sociedade. Nessas sociedades, as instituições, as normas, as regras, as leis são transmitidas pela fala, garante-se os direitos e as obrigações de cada um. A tradição e a memória difundidas ligam o passado, explicam-no e justificam-no no presente e no futuro a ser construído. Nossa expressão oral, nossa fala é carregada de sentido, de marcas de nossa existência. 


Princípio do Axé, ENERGIA VITAL. Tudo que é vivo e que existe tem axé, tem energia vital: planta, água, pedra, gente, bicho, ar, tempo, tudo é sagrado e está em interação. Cada pessoa da escola contribui com sua energia, seus sonhos, sua história e seus desafios. 

O princípio do axé é a vontade de viver e aprender com vigor, alegria e brilho no olho, acreditando na força do presente. Em nada se assemelha a normas, burocracias, métodos rígidos e imutáveis. Pelo contrário. Tudo é uma possibilidade para quem é guiado pelo axé.

“Perdi os dedos, mas não a força e a vontade de esculpir. Aprendi a usar os joelhos como quem usa os pés. Amarrei os instrumentos às mãos para continuar a trabalhar. Afinal, a criação nasce na cabeça, não na ponta dos dedos” 

Heróis de Todo Mundo, programa sobre Aleijadinho


TERRITORIALIDADE - lugares de memória, memóriaria ancestral, memórias a serem preservadas como relíquias, memórias comuns, coletivas, tecidas e compartilhadas.

LUDICIDADE – a ludicidade, a alegria, o gosto pelo riso, pela diversão, pela celebração da vida Se não fôssemos um povo que afirma cotidianamente a vida, um povo que quer e deseja viver, estaríamos mortos, mortos em vida, sem cultura, sem manifestações culturais genuínas, sem axé.

Alguns apontamentos

1 - Sobre traços identitários 
Tratar de identidade racial, implica o respeito à diversidade cultural presente na escola e no cotidiano das crianças em geral – e particularmente das crianças negras –, seja essa diversidade transmitida no meio familiar ou em comunidades religiosas de matrizes africanas. As atividades devem contemplar essa pluralidade, de forma a interferir positivamente na auto-estima de todos os grupos. 

Ações que não contribuem: uso de perucas, pinturas no corpo, quem remetem a ideia de fantasiar de “negro”.


2 - O passado em pauta
Positivar o passado dos africanos escravizados no Brasil, dando exemplos do processo de resistência vivido pela comunidade negra brasileira

Escravidão
“Geralmente os estudantes afrodescendentes não gostam de falar sobre o escravismo criminoso em sala de aula. Ficam envergonhados e acanhados, trata-se um assunto indigesto. As razões desta aversão são muito simples: o assunto é sempre tratado de forma inadequada e preenchido de preconceitos e racismo que inferiorizam a população negra. As aulas de história têm um discurso que penaliza a população negra pelo escravismo sofrido; a vítima vira o culpado. A história enaltece o bandido que foi o escravizador e ele continua sendo tratado de senhor dos escravos.!

Caso esse seja um dos assuntos abordados, é importante que se destaque o protagonismo social do povo negro, que foi a principal razão da abolição do escravismo criminoso”:


a - Resistência - A luta histórica contra o racismo

"Para continuar resistindo, os africanos submetidos ao cativeiro e seus descendentes tiveram que refazer tudo, refazer linguagens, refazer parentescos, refazer religiões, refazer encontros e celebrações, refazer solidariedades,refazer cultura. Esta foi a verdadeira Grande Refazenda,"
Gilberto Gil

b - Quilombos e mocambos
“Os quilombos não são apenas frutos de resistência ao processo de escravidão. Alguns quilombos se formaram em virtude da ocupação de áreas abandonadas pelos grandes proprietários de terra, em razão da queda no mercado internacional de produtos como o algodão e o açúcar. Outros, por terras doadas ou deixadas por herança. Todavia, a forma de aquisição de espaço, conquistado ou doado, não altera a raiz histórica e cultural que lhes é comum: todos os quilombolas são descendentes de africanos trazidos para o Brasil para trabalharem como escravos.” 
Quilombo de Ambrósio 
Quilombo 
Quilombos urbanos de BH (Manzo Ngunzo Caiango, Mangueiras, dos Luízes). 

c - Capoeira 
Recortes sugeridos: 
- Angola e Regional 
- Ancestralidade
- Musicalidade
- Oralidade
- História da Capoeira e dos Mestres 
- Capoeira como patrimônio
- Capoeira e comunidade.
- Capoeira em Belo Horizonte 

d - Movimentos contra a escravidão e a discriminação racial souberam se articular num encontro identitário, formulando projetos comuns de insurreição, de reivindicação social, tendo a luta, as dificuldades de existência e os valores culturais como balizadores deste processo contínuo. 

Revolta do Contestado 
Revolta da Cabanagem 
Revolta da Balaiada 
Revolta da Sabinada 
Canudos 
Revolução Farroupilha 
Revolta de Búzios 
Revolta do Malês 
Revolta da Vacina 
Revolta da Chibata 
Revolta das Ligas Camponesas 
Imprensa negra 
Frente Negra Brasileira 
Teatro Experimental do Negro 
Irmandades 
Religiões 
Favelas – Muquifu (Museu das favelas e quilombos urbanos). 
Fugas – recorte de jornal 
Camélias símbolo da liberdade 

3 - História das Famílias

A partir do resgate da história das famílias, é possível conhecer/entender a história local, o que certamente possibilitará para os estudantes um melhor entendimento do contexto nacional que o país vive. Não há limites nesse percurso que envolverá diversas leituras das nossas origens e sonhos(infâncias, juventudes, mudanças, fatos marcantes, festas em família, perdas, histórias de uma fotografia, grandes sustos, histórias da nossa casa, dos quintais, de chás, pratos preferidos, avós, planos futuros, brincadeiras…). Tudo isso são elementos para produção de narrativas textuais ou visuais (colchas de retalho, contos, quadros, esquetes, retratos, vídeos, poemas, músicas, blogs, esculturas e outras formas de expressão que contribuirão para a construção da identidade de cada envolvido.

Ao trabalhar com a história das famílias deve-se estar aberto aos diversos arranjos familiares presentes na comunidade escolar, conforme preconiza o Supremo Tribunal Federal. Deve-se portanto, tratar essas questões de forma natural para que não ocorra constrangimento para os estudantes.

4 - Território - Reconhecer lugares em que o legado africano e afro-brasileiro tenham influenciado bairros e igrejas, ou seja, o patrimônio histórico brasileiro (afro-brasileiro). Nesse sentido, o Percurso Território Negro presente no Museu de Ates e Ofícios, Museu do Futebol, Memorial Minas Gerais Arte poderá subsidiar a imersão no tema relações étnico-raciais, História e Cultura Africanas e Afro-brasileiras e potencializar a análise das representações da população negra na nossa sociedade. 

Deve-se considerar também a nossa condição humana de pertencer, guardar, habitar e nos impregnar de um território (quintais, casas, praças, becos, viadutos, pontes, bailes, passarelas, etc) ao realizar nele o nosso modo de existir. 

“O território é o chão e mais a população, isto é uma identidade, o fato e o sentimento de pertencer àquilo que nos pertençe. O território é a base do trabalho, da residência, das trocas materiais e espirituais e da vida , sobre as quais ele influí. Quando se fala em território deve-se, pois, de logo, entender que está falando em território usado, utilizado por uma população.

Milton Santos, 2003

O registro fotográfico do território que ocupamos, paraliza a paisagem, o momento. O registro fotográfico do corpo paralisa as manifestações e expressẽs dos seres humanos e das sociedades. A fotografia, o registro por meio de vídeo materializam o instante e, portanto, as dimensões espaço-tempo, de profundas significações para compreensão da história, nesse caso da história da população negra que podem ser registradas na foto. A fotografia de uma cidade, por exemplo, é o registro real de uma sociedade. Nela poderemos ver se é rica ou pobre, se seu espaço é discriminatório ou solidário, dentre outras interpretações possíveis.

Outras possibilidades:
- Interpretar/encenar textos autorais negros (literários, biográficos), além de rodas de leitura, saraus e/ou apresentação individual de contos seguida de discussão. Há diversas técnicas contemporâneas que articulam literatura, dança, tecnologia, música e outras linguagens artísticas.
Obs,: Kit de Literatura Afro-Brasileira está disponível nas bibliotecas.

- Apresentar aos estudantes música e compositores afro-brasileiros. 
Obs.: Neste ano comemoramos o centenário do samba, mas esta é apenas uma das infinitas possibilidades de trabalho com “música preta brasileira”.

- Montar colchas de retalhos, painéis, máscaras, reconhecendo a geometria e a simetria presentes na arte afro-brasileira.
Ex.: Jorge dos Anjos (artista mineiro)

6 - Registros 
A partir de uma pesquisa de fotos antigas da região junto aos moradores, de entrevistas e vídeos com os moradores antigos, poderá ser criado um acervo áudio-visual e literário. 
Para aprofundar: Projeto “Meu Morro, Meu olhar”, “Museu da Pessoa”.

7 - Construção de mapas (criativos) em tecidos ou painéis com a localização geográfica dos quilombos urbanos da cidade e/pu pontos turísticos/históricos (Monumento a Zumbi, viadutos da avenida Antônio Carlos) que tratam da história negra no Brasil, Minas Gerais, Belo Horizonte e no próprio bairro, vila ou aglomerado. 

8 - Oficinas de Arte: 
- Visitar barracão de escola de samba ou de bloco de Carnaval e conhecer as histórias de preparação para os desfiles.
- Visitar ateliê, estúdio de gravação, local de ensaio de artista, banda ou grupo afro-brasileiro ou que produza arte afro-brasileira.
- Pesquisa e criação de esculturas ou intervenções a partir da arte, história e cultura afro-brasileira. 

Referências e fontes:

http://www.acordacultura.org.br/oprojeto - Acessado em 29/03/2016 http://inseer.ibict.br/ciga/index.php/ciga/article/viewFile/51/39 - Acessado em 29/03/2016
http://amgaleria.com.br/acervo/jorge-dos-anjos/ - Acessado em 29/03;/2016
http://forum.mundofotografico.com.br/index.php?topic=33843.0 - Acessado em 29/03/2016
http://www.museudapessoa.net/pt/home - Acessado em 29/03/2016




Como as crianças enxergam a questão racial no mundo, na sua escola, em casa? A partir de questionamentos e de conceitos simples, meninos e meninas vão descobrindo os problemas do racismo e indicando possíveis soluções para esse mal.
Quer conferir, clique aqui.

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Estandartes do VIII Fórum de Educação Integral, que identificam os palcos:














A Escola na Roda de Capoeira - 2012



Os registros estão no blog A Escola na Roda de Capoeira. Para acessar, clique aqui

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